PAISAGEM HUMANA
Habitam casas à deriva
Sensações desaprumadas
Um frio descoberto
Olhares acesos e desconfiados
Sem vales, montanhas e rios
Que se possam admirar
Há janelas e vizinhos e paredes
Falas eletrônicas
Cuspidas de aparelhos desumanos
Relatos sobre terroristas
O consumo perambula nas ruas
O apego necessário
Para coisas desnecessárias
Terror. Qual terror?
A boca calada
A boca vazia
A boca ferida
A boca faminta
MERGULHO
O corpo submerso
No sonho
Flutua
Em labirintos coloridos
Geometria Impossível
Do desejo
PASSATEMPO DE ISAAC
Perene cenário:
As horas dançam no tempo imaginário
Destino matemático:
Quantas maças ainda cairão das árvores?
Claudio Henrique, paulistano, nascido no início dos anos 70, é professor de Atendimento Educacional Especializado. Escreve poemas desde menino. Espanta-se e espanta a todos com o que há de sublime e aterrador nos pequenos detalhes ou nas grandes histórias, nas tragédias e felicidades. Recentemente, lançou seu primeiro livro de poesia, Pássaros de papel, pela Desconcertos Editora.
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