rtemísia Gentileschi
Eu não vou deixar
o sangue
sair de mim
eu não vou chorar
enquanto você
assassina partes de mim
-que afinal
eu nem sabia
que existiam-
meu manto
minha tinta
são pretos
em nome
da
minha
própria
morte
pois quando eu passo, as rosas murcham
resistência.
Ode à Júpiter Maçã
Miss Lexotan
é incapaz de
re
la
xar
emotiva demais
ansiosa demais
mulher demais
como as águas
que caem
das lágrimas das calhas
é assim
que
ela conhece um homem
que a faz perder o fôlego
na cama
e fora dela, também
-rivotril-
Sem título
Primeiramente,
me fode
A luz pálida do Sol me embriaga
e me joga a teus pés
feito uma gata murmurante
(Love is like being fucked with a knife)
Há uma ponte entre saliva e lascívia
afogar-me nos rios da minha própria
excitação
mas ah, por favor
façamos disso
lembranças
pornográficas
por favor
só
me fode.
Laura Navarro descobriu a poesia aos doze anos e desde então nunca mais a largou. Intensa, emotiva e cuidadosa com as palavras, ela sempre buscou na literatura formas de se expressar, com temas que variam desde a preocupação social, passando pela doença mental ao erotismo. Suas principais inspirações são Sylvia Plath, Anais Nin, Hilda Hilst e Ana Cristina César.
Atualmente com dezoito anos, ela cursa o último ano do ensino médio e pretende seguir a carreira de jornalista.
www.mallarmargens.com.br
Carolina Conceição Sanches Lopes, conhecida como Carol Sanches, nasceu em Campinas em 1981. É mãe de duas meninas, poeta e redatora publicitária formada pela ESPM. Publicou Poética dos fundos em cinco primeiros atos na revista Mallarmargens e foi uma das selecionadas para fazer parte do CLIPE 2018 – Curso Livre de Preparação do Escritor – da Casa das Rosas, São Paulo. Os poemas aqui selecionados fazem parte do livro de estreia da autora, contemplado na seletiva de originais da editora Benfazeja (abril-julho/2018) .
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