Aldo no fronte – conto de Fernando Andrade

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Aldo no fronte

Aldo tem um chamado a cumprir. Chegou a ele uma lista de nomes que precisam partir. Embora tenha residência fixa, e uma ocupação também fixa, Aldo precisa ir atrás do chamado que ele recebeu numa manhã fria de Junho. Você está sendo requisitado no fronte.
No dia seguinte quando arrumava sua mala de viagem para ir aquele local que parecia um lugar de guerra. Ele recebeu uma nova carta que dizia continuando a primeira.
Você depois da primeira está sendo convocado à fronteira.
Duas palavras e duas ideias. Será? Que elas tinha alguma contiguidade no espaço\tempo.
No dia seguinte ele já não sabia com certeza, se ia ou não.
Dava ideia de ser um lugar esquecido por Deus. Ele não queria ser esquecido.
Afinal era um robusto homem de negócios.
Chegou outra carta que dizia de fronte à.
Ficou um pouco ansioso com aquela mensagem.
Aquelas cartas fechavam o sentido mas sem dar nenhuma referência. De fronte à onde?
Escreveu na carta e a mandou de volta.
No dia seguinte esperou pela resposta.
Que recebeu da seguinte maneira
Haverá afronta? De sua parte? Use as espadas no confronto.
Aldo começou a perder sua segurança de homem de negócios.
Coisas que a ele eram fáceis para dominar como vender quilos de enciclopédias,
Ele já não conseguia realizar depois desta missiva.
No dia seguinte não chegou mais nada.
A mensagem mais nítida já havia chegado.

 

 

 

 Fernando Andrade, 50 anos, é jornalista, poeta, e crítico de literatura. Faz parte do Coletivo de Arte Caneta Lente e Pincel. Participa também do coletivo Clube de leitura onde tem dois contos em coletâneas: Quadris no volume 3 e Canteiro no volume 4 do Clube da leitura. Colaborador no Portal Ambrosia realizando entrevistas com escritores e escrevendo resenhas de livros. Tem dois livros de poesia pela editora Oito e Meio, Lacan Por Câmeras Cinematográficas e Poemoemetria , e Enclave ( poemas) pela Editora Patuá. Seu poema “A cidade é um corpo” participou da exposição Poesia agora em Salvador e no Rio de Janeiro. lançou neste ano o seu quarto livro de poemas, a perpetuação da espécie pela Editora Penalux.

 

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