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Há em cada espírito solitário
um ilhado
que no primeiro afeto
se torna múltiplo e encolhe
e ainda que encolher-se
o apequene
sabe que ─ por ser sua própria
intimidade, fica vasto.
(In: Ensaio sobre a Geografia dos Cernes / Ed. Temas Originais, Portugal)
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DA ETERNIDADE
Ama no instante porque
o agora é
a vida inteira.
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Tantas ilhas num mesmo mar
que já não enxergam o mar
e nem mais sabem
[que são ilhas
Fiam-se a si próprios
e seguem avante
indo para trás.
(ambos in: Folhas dos ossos ou o tratado das coisas insignificantes / Ed. Patuá, SP)
P.F. FILIPINI nasceu em Rolim de Moura, Rondônia, em 1994. Tem formação universitária em Pedagogia e atualmente dedica-se exclusivamente à escrita. Cultiva solidão e se planta ao silêncio para sobreviver, eis sua costura de compreensão. Escreve. E nas horas vagas, existe: esta é toda sua substância. Vive através de uma timidez que lhe parece inerente, e é por isso que escreve: para ordenar cernes e tentar penetrar à realidade que sua conjuntura tanto dificulta. É autora dos livros: “FOLHAS DOS OSSOS ou o tratado das coisas insignificantes”, pela Editora Patuá (São Paulo). E “Ensaio Sobre a Geografia dos Cernes”, pela Editora Temas Originais (Portugal).
esse rio de palavras é caudaloso, ótimos textos!