Poemas embaralhados
1 ideológicos
Zelos
Aparelhos da semântica
Belos zeros em matemática
Rolos (assim a gente vai se divertindo na vida).
Sou de direita
Quando dá marmelada
E de esquerda
Quando vou para passe-ata.
Ou se embaralha?
As ideias no discurso?!
Ou pra direita ao mar
Ou pra esquerda o amar
Que quando se gosta
Só aumenta a freqüência cardíaca. Tum Tum Tum.
2 Literatura popular Brasileira
Li letras de M.P.B secretas
Cosi crases kamicazes
Aliciei tretas nas palavras impres(s)as
Apalpei ínguas discretas
Abri todas as garrafas
De dentro delas, verti línguas
Sofri as gingas de alguma safra de meu coração… embebido em ru(i)m
Danei-me em inspiração
Para verte-me em canção.
3 – Admirável futuro brasileiro
Corretivo
Coletivo
Revertido?
Consentido?
O que Ivo
Viu no androide da involução.
O que ouviu? da voz paranoide
Um vírus vivo?
Deambula em impressões virtuais.
Consecutivo seria? um opioide
Da dor? episódica – seriais
Para o máscaráterhumanoide.
Fernando Andrade, 50 anos, é jornalista, poeta, e crítico de literatura. Faz parte do Coletivo de Arte Caneta Lente e Pincel. Participa também do coletivo Clube de leitura onde tem dois contos em coletâneas: Quadris no volume 3 e Canteiro no volume 4 do Clube da leitura. Colaborador no Portal Ambrosia realizando entrevistas com escritores e escrevendo resenhas de livros. Tem dois livros de poesia pela editora Oito e Meio, Lacan Por Câmeras Cinematográficas e Poemoemetria , e Enclave ( poemas) pela Editora Patuá. Seu poema “A cidade é um corpo” participou da exposição Poesia agora em Salvador e no Rio de Janeiro. Lançou em 2018 o seu quarto livro de poemas A perpetuação da espécie pela Editora Penalux.
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