Por FERNANDO ANDRADE
Crítico de literatura e jornalista
Aqui não cortei (editei) orelhas, a fisiologia é curva, tanto de uma orelha como outra, nem muito menos, faceiro, prefacio um livro. Falar de Botafogo e Flamengo, bairros rivais? vizinhos. Nem faço textos de sexta ao fim de semana, dando pistas intertextuais sobre o que o leitor irá ler. Conversa boa, dá uma lombada, autoria de bar. Mas o que será? que um livro de poemas suscita em quem o lê? Como numa gramática onde temos um repertório de signos linguísticos (fenomenologia do amor), Daniel Gil, em seu o amor curvo, editora Oito e meio, o poeta faz um índice alfabético de A à Z onde cada poema corresponde à uma letra do alfabeto.
Como um abecedário onde o amor está em jogo, curvo, mãs não engaiolado, pela forma rígida e fixa do fazer poético. Não há regras gramaticais ao longo do livro. O amor é solto e semantizado numa lógica bem particular pela lente do poeta. Não vi e já contente, a camisa-de-força na lírica do amor regi(ã)onalizado entre parceiros ou relações sócio-afetivas.
Daniel percorre dentro da sua métrica fluída e musical, um olhar quase feminino ao falar do homem quando consumido pelo gozo & interesse pelo corpo ou alma feminina. Há um leve dialética não binária ( graças!) em ver como os espaços se constroem na alteridade entre pessoas biológicas distintas com desejos identitários específicos, mas comuns. O poeta elabora além disso, uma linguagem musical e matizada em cores, uma sutil tapeçaria de imagens entre tons coloquiais e lúdicos.
CLASSIFICAÇÃO: ÓTIMO
Oi gente gostei muito desse site, parabéns pelo trabalho de vocês. Vou indicar para meus amigos e conhecidos. Bju da Fabi