Medidas aquáticas
Não há atlântidas na Terra:
Esse campo de concentração
As sereias têm que ser protegidas
Das indústrias dos enlatados
Por isso
Se ouvir o canto
Vá
Mas não conte
Para ninguém.
A mulher subindo a montanha
Inda manca
Mas o morro
Não para:
Ou sobe
Ou desaba
Demora o dobro
Agora
Mas leva água
(nesses anos todos
escondeu bicas)
Vai só
Nesse estado não pode
Correr o risco
De outra rasteira.
Para dentro e para cima
Quando escurece
É preciso apagar
Ainda mais as luzes
A necessária coragem
Para habitar o noturno:
As estrelas brilham
É no breu.
ADRIANE GARCIA. POETA, nascida em Belo Horizonte, MG, cidade onde reside.
Em 2013, seu livro Fábulas para adulto perder o sono ganhou o Prêmio Paraná de Literatura, na categoria poesia. Lançado pela Biblioteca do Paraná, teve segunda edição pela Confraria do Vento. Em 2014, publicou O nome do mundo, poesia, editora Armazém da Cultura; em 2015, publicou Só, com peixes; e em 2016, Embrulhado para viagem, na Coleção Leve um livro, organizada por Ana Elisa Ribeiro e Bruno Brum.
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