A voz poética que vem nos conectar com uma humanidade inteira: Alice pega na veia.

 

 

OPEN SOURCE - A voz poética que vem nos conectar com uma humanidade inteira: Alice pega na veia.

 

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Fernando Andrade – Jornalista, escritor e crítico de literatura

 

 

 

 

 

 

 

 

Dizem que certos discursos estão à ponto de bala. Que funcionam como um projétil rumo à cabeça mais próxima pensante. Nestes tempos de mira ao outro onde o pensamento & ação vem colorido com bandeiras à meio pau, a poesia ou a melhor que se produz hoje, tem voltado o foco não para o inimigo ou amigo boa gente que colhe esperanças como quem colhe maçãs, frutos do pecado de alguém que pulou a cerca do paraíso.  Ela tem se voltado para uma radiografia dos órgãos internos não os que mantém uma irrigação do sangue, mas os órgãos da internalidade do fluxo do pensamento daquilo que nos dá um singularidade entre os viventes: o eu, o indizível self.

A poesia seria talvez o melhor rastro deste eu, e quando o poeta se analisa através de processos da linguagem, fazendo de seu corpo uma varredura de questões que estão entre a fronteira de fora – o mundo e a fronteira de dentro: os afetos.

 Alice Vieira em seu primeiro livro { Open Source} pela editora Penalux, não diatribiza uma oclusão como se o inferno  fosse os outros, este grave problema de empatia que certas tribos tem com outros que não são lugares de clã ou guetos. É como se a parte individual da poeta não valesse à pena, só quando mediatizado pelo coleguismo\coletivista.

A ironia da poeta percorre através de imagens recorrentes à literatura e psicanálise um forma de autopreservação ética de sua posição no mundo e mais especificamente como operadora da linguagem poética ultrapassando fronteiras entre si e o mundo. Não há em seu exercício de falar na 1 pessoa nenhum teor de narcisismo, a poeta se conecta ao real por ela mediada com uma lente sofisticada de auto-leitura de sua formação como pessoa e artista. Uma animalidade percorre sua produção fazendo que tanto o corpo quanto o pensamento que molda ações e reflexos neste corpo parta não de uma concepção de altruísmo-poético em voga hoje, humano? benevolência consigo ou com outros, e nem como se a demanda do corpo fosse para a bondade, exclusivamente, e não tivesse ou pudesse ter rastros animalescos onde o instinto não predatório pudesse dançar pelas veias em busca de gias & orgias & magias  que tornassem o humano dual, apenas, sem a indumentária dos que se dizem sãos e bons.

 

 

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cotação : excelente

 

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