Jean,
Teu livro é forte. Valente. Psicanalítico.
C.P.
O poema excursão incógnita é lindo. Acho que realmente deve intitular o livro. Ele que se utiliza de todo o ferramental para uma viagem pela poética de Aristóteles e termina com um niilismo nitzscheano, ou será Schopenhauer? Belo poema.
R.A.
Agradeço pelo envio do livro. Tem imagens fortes, inusitadas, com um tom de
rusticidade que me agrada, e é raro. É à parte forte, acho. Talvez falte,
algumas vezes, um pouco mais de “acabamento”, um peso maior concedido a cada
poema, que dê enquadramento e entendimento à ênfase da proposta. Mas é só
impressão.
M. S.
Agradeço pelo envio do livro. Tem imagens fortes, inusitadas, com um tom de
rusticidade que me agrada, e é raro. É à parte forte, acho. Talvez falte,
algumas vezes, um pouco mais de “acabamento”, um peso maior concedido a cada
poema, que dê enquadramento e entendimento à ênfase da proposta. Mas é só
impressão.
L.R.
A CARNE DE JEAN N. B. MOURA
*Luiz Otávio Oliani
“A palavra me faz Deus/ na superfície da carne”
(Versos do poema A CARNE, de Jean N. B. Moura)
A poesia de Jean N. B. Moura, em “Excursão Incógnita”, ratifica: a boa literatura é feita de estranhamento. Os poemas deste livro deixam o leitor estático, em êxtase, sem palavras. Trata-se de uma poesia contundente, que às vezes se faz mínima; mas, ora se faz caudalosa, não no sentido do excesso, mas sim no plano da prosa poética. O autor dialoga com os seus leitores: “Quis ser um grande poeta / Isto se não fosse a exacerbada revanche com a dieta / E consumo anormal de gordura.”
“O poeta sobe na árvore / para colher frutos” e “lê na carne alheia / as coisas às avessas”. É assim que a poesia de Jean Moura retrata o olhar poético do eu frente ao mundo em que se encontra.
Ao dizer que “A palavra é um ser sem fronteiras”, ao dar vida ao elemento chave de sua criação, o poeta, além de abusar de bela metáfora-prosopopéia, sabe construir versos com feição metalingüística e não desaponta o leitor ao dizer em outro metapoema: “Minha boca saliva/ Escreve poemas.”
Tudo o que pertence à vida é matéria poética. Conhecedor de tal realidade, Jean escreve que: “O falo desmedido do tempo / come e arrebenta o ânus da alma” e que “Arredio eu contemplo a pedra de Jacó e a do poeta”. Para ele, “Dias curtíssimos pousam para mim como eternidade”. Logo, quem escreve assim sabe o que faz. Constrói versos rijos como uma casa que merece ser visitada por muitos leitores.
No que tange à estrutura do livro, o poeta passeia por vários vieses. Não se contenta apenas com os versos livres. Vai além. Relê o clássico modernista em alusão ao poema piada e escreve “Oswaldiano”. Bebe do Concretismo em “Suicídio concreto”. Cria imagens altamente metafóricas, muitas vezes construídas com base na associação do concreto e do abstrato como se vê em: “As cruzes serão poucas para arcar com um epitáfio / pois um espírito criminoso queimará sozinho.”, isso sem nomear outros recursos comuns ao autor.
Se “poetas mastigam árvores” e se “sonho apenas, e sou vítima do seqüestro do verso”, nada mais há de ser dito sobre a poesia de Jean N. B. Moura, rica de estranhamento. Basta apenas lê-la, sorvendo-a como vinho fino.
* Luiz Otávio Oliani é natural do Rio de Janeiro, graduado em Letras e Direito. Participou de diversas antologias e tem poemas publicados em jornais do País e do exterior. Com incursões no teatro e no jornalismo, freqüentou oficinas e atua no movimento literário da cidade carioca desde 1990, período em que obteve mais de 50 premiações. Publicou “Fora de órbita”, Editora da Palavra, poesia, 2007, livro recomendado à leitura pelo Jornal de Letras, editoria dos acadêmicos Arnaldo Niskier e Antonio Olinto, em outubro de 2007. Em 2008, teve o poema “Teresa” musicado por Maury Santana no CD Música em Poesia, volume 1.
Oi Jean Narciso,
é o seu primeiro livro? Parece-me que já foi editado, pois não?
Gostei da sua poesia, tem força e um componente crítico, algo irônico, que me agradou.
Observei algumas imagens repetidas, mas acho que é intencional.
Há muitos poemas que falam em visão, cegueira e afins. É um tema também da minha preferência. Talvez por causa das dificuldades.
Por isso não li o livro inteiro. Tenho dificuldade de leitura na tela, mas o que li bastou para crer que há luz ali.
Desculpe um comentário tão simplista, é que não sou crítica, e o que sei é de puro gostar.
Mas você é poeta. Não deixe de sê-lo.
Um abraço
H. O.
Olá, Jean!
Também fiquei muito feliz ao receber teu livro, com poemas tão vigorosos e iconoclastas.
No Brasil há muitos poetas desinteressantes, sentimentais, piegas, por isso é sempre muito bom quando eu recebo um livro como o teu, que abala os alicerces do lirismo cor-de-rosa.
V. O.
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Gostei do que você escreveu, especialmente, os poemas de textos curtos, pois estes possuem uma ritmia que contribui para prender a atenção do leitor. Também é interessante a contextualização poética na quase totalidade dos versos.
Z. M.
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Jean, não há poemas bons e ruins. Há poemas com uma pitada a mais de
criatividade, de inventividade. O poema de Drummond “A pedra no
caminho” nasceu de uma brincadeira que ele fez e acabou se tornando um
dos poemas mais conhecidos do mundo… Pra você ver… Seu poema é·cheio de inventividade, de uma coisa diferente. Continue escrevendo…
W. D. A.
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Jean.
Li o seu livro, achei de um conteúdo maravilhoso.
Fiquei achando que a voz de Deus, anda falhando sempre.
Adorei todas as poesias, mas, OSVALDIANO, é tudo que anda acontecendo ultimamente.
Muito obrigado!
A. F. M.
Estes seus poemas, me são tão diferentes dos outros que já li por aí. Os outros me parecem tão intactos, tão reduzidos a eles mesmos. É difícil achar por aí um poema que me faz ler em voz alta e imaginar mil outros que poderiam ser escritos.
É como se de cada vogal que escreves saísse uma linha imaginária que traça um segundo, ou terceiro poema oculta. Isto, poemas ocultos nas vogais. E não consigo mais saber qual parte é minha imaginação, qual parte é seu poema.
Além da forma como escreve, ainda me encantam os temas, temas tão simples, outros mais complexos, porém me surpreendi. É verdade que sempre que abro um livro de poesias penso que só encontrarei poetas apaixonados, um ou outro poema diferente, na maioria das vezes autobiográfico.
Mas seus poemas não, realmente me encantaram muito. É incrível como estou descobrindo bons poetas ultimamente. Comecei agora a pouco e já estou no meio do poema, lendo com toda leveza que tenho direito, ao mesmo tempo com pressa de chegar ao fim, aquele friozinho na barriga alertando perigo de se perder no mundo escrito, ah e eu me perco.
Acho melhor eu parar com a ladainha, definitivamente adorei os poemas. São demasiado originais…
L. A.
Caro Jean Narciso
Recebi e li o livro digitalizado que me enviou.
Achei interessante o seu intuito de efetua uma poesia com laivos antilíricos, fugindo ao rame-rame habitual.
Os poemas de que gostei foram: o primeiro, os Óculos e o Algum lugar, que me parecem os mais originais e equilibrados. Mas é opção pessoal, clara.
Boa sorte para o seu caminho, lhe deseja com toda a cordialidade o
N. S.
Jean tive o prazer de ler a sua obra durante a paz proporcionada pela noite. Pude perceber que o “Excursão Incógnita” é excelente, pois inventivo e original.
Gostei muito da conexão estabelecida entre os poemas e do título, que sintetiza a proposta enigmática dos textos.
Acho que você fez uma ótima utilização da imagem moderna, tanto nos poemas quanto na obra em si, uma vez que soube utilizar os recursos preferidos pelo leitor de hoje.
Além disso, ao terminar de lê-la, pude notar que a obra em si convida a ser lida mais de uma vez, tendo em vista que o leitor não a esgota em apenas uma leitura.
Guilherme Mossini Mendel
Li seu trabalho e tomei a liberdade de pesquisar sua visa. Gostei do que li, principalmente pela força de sua poesia e por você ser tão jovem, um pouquinho mais que eu, com isso seu texto soa bem contemporâneo e adequado a tempos labirínticos e paralisante que vivemos hoje.
O poema Canção dissonante para quem não quer saber de poesia, para mim, é o ponto alto do livro e o desvenda por inteiro: Escrevinho um labirinto mal traçado/Onde somente eu conheço ou invento a saída/O labirinto é meu/Posso dizer que tem milhares de saídas/Quem quiser saía pelo teto como pássaro/Ou galinha, particularmente gosto de poema provocativo e de final surpreendente. Como o poema é esclarecedor, fica ainda mais difícil me intrometer no seu labirinto.
Fabiano Fernandes Garcez
Caro Jean Narciso,
Abri o seu livro e li alguns poemas.
Tem intensidade e foge do rasteiro.
Nada pior do que a poesia que cai no banal.
Acredito que é isso aí.
Há uma temática dura (coveiro),
o que já é uma opção desafiadora.
Procede inserir um pouco mais
sonoridade, com busca de assonâncias
e aliterações – não são necessárias rimas.
Mas as assonâcias e aliterações
dão um jeito de substituí-las,
camuflá-las.
A poesia da pós-vanguarda
está pedindo a ousadia temáticas,
mas somada a algumas camuflagens.
Experimente à exaustão!!!!!
Sucessos
S. S.
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Li, atentamente, todos os poemas que integram o livro “Excursão Incógnita”, de sua autoria, e neles encontrei POESIA.
É bem verdade que o conceito de poesia me pareceu um pouco distante em poemas como “Falo” e “Maria Madalena”, por exemplo. Mas em outros você utilizou construções frásicas surpreendentes, inovando na reconstrução e até na desconstrução de alguns versos, produzindo verdadeiras pérolas.
M. H.
Prezado Jean, muito obrigado por ter enviado uma cópia de seu livro. Ainda não tive tempo para ler com muita calma. O que pude perceber (preciso ler com mais calma, mas não sou nenhum crítico literário. Apenas um leitor apaixonado por poesia, sobretudo brasileira) numa rápida leitura foi marcas de um lirismo contundente, muitas vezes agressivo no plano das imagens. Um poesia que parece trabalhar a linguagem como um corpo. O corpo em suas dimensões sexuais. Um livro bem singular.
Hilton Valeriano
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